quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Produto do meio

monte mental
mono mental
som de metal
senti mental
corpo mental
mente mental
instinto letal

o instinto humano se não for utilizado de acordo com as recomendações na embalagem pode ser letal. por favor utilize as recomendações
esse produto é perecivel, porém reciclavel.

Caio Flavoni

sábado, 3 de janeiro de 2009

Brasileirinha Essência

Psicodelia a parte
Cada louco com sua natureza
Cada macaco no seu galho
Ou em seu quadrado
Como a galinha que se cria pra comer
Porque galinha que nasce sem quadrado em volta
Ham... o que caboclo
É ruim de pegar
Aprende a correr
Então corre!corre!
Em terra de brasileirinho que sabe correr
Toda fé é pouco
Todo santo é chei
Chei de milagres
Chei de devotos
Chei de pedidos
Chei de graça
È um vuco-vuco das massas
É festa
É som
É samba do crioulo doido
Até o galeguinho faz graça nessa casa
Pandeiro na mão de gringo
O máximo que sai e salsa
Na mão de brasileirinho
Saí cocada, sai sambalada, rapadura forrobodó e cachaça.
Sai muito doce,
Muito tempero
E muita falácia
Sai muito perfume bom também do jardim dessa casa
De flores de caule preto e pétalas multivariadas
Cada uma com seu tom de corlírio
Em uma meditação monge mental
Experimenta-se o gosto e a beleza
Centímetros de templo ornamentando nós nesse ser
Que vive
Que vivemos


Caio Flavoni

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Cama ela

Vou me arrumar
Ela ta me esperando
Ela sempre fica lá
No nosso cantinho me esperando
Melhor amante não há
Tem vezes que eu fico com ela até o dia clarear
Tem vezes que eu chego e o dia está pra raiar
E ela nunca abre a boca pra dizer um “a”
Sempre que eu me achego nela
Ela me esquenta,
Me abraça
E se quero ficar com ela o dia inteiro
Ela não reclama
Sempre me acolhe
É minha confidente
Sabe dos meus mais diversos segredos
Sobre meus detalhes
O que eu falo ela ouve
Ah! Se minha cama falasse

Caio Flavoni & Bebel Cecília

Pés

Nossos pés se encontram sob a mesa
Dando uma sensação boa, gostosa.
De conforto
De carinho de um pé pelo outro
Do respeito pelos chãos que cada um já pisou
Os pés se aconchegam nus uns sobre
Enquanto cá em cima as bocas se falam, se tocam.
E as línguas se tateiam
Os olhos se confortam na linha do horizonte
E um dentro do outro
E por ai se vai essa prosa boa
Nos gestos, nos encostes.
Dum pelo noutro na pele do outro.

Caio Flavoni